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2012 - Livro Vermelho 2013

Genipa americana L. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 07-03-2012

Criterio:

Avaliador:

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie de ampla distribuição no Brasil, apenas não ocorrendo de forma natural no Rio Grande do Sul. Tem potencial econômico uma vez que os frutos são utilizados na alimentação humana no preparo de doces. Ocorre nos principais domínios fitogeográficos do país, tendo sido encontrada com frequência na última década em diferentes estados.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Genipa americana L.;

Família: Rubiaceae

Sinônimos:

  • > Genipa spruceana ;
  • > Gardenia brasiliensis ;
  • > Gardenia genipa ;
  • > Gardenia oblongifolia ;
  • > Genipa americana var. caruto ;
  • > Genipa americana var. riobranquensis ;
  • > Genipa barbata ;
  • > Genipa brasiliana ;
  • > Genipa brasiliensis ;
  • > Genipa caruto ;
  • > Genipa codonocalyx ;
  • > Genipa excelsa ;
  • > Genipa grandifolia ;
  • > Genipa humilis ;
  • > Genipa oblongifolia ;
  • > Genipa oleosa ;
  • > Genipa pubescens ;
  • > Genipa venosa ;
  • > Genipa americana var. americana ;
  • > Genipa americana var. riobranguense ;
  • > Genipa americana var. riobranquenses ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita em Syst. Nat., ed.10, 2: 931. 1759. Nome vulgar: "Genipapo" e "Genipapinho" (Zappi, 2007; 2012).

Potêncial valor econômico

Utilizado na produção de produtos alimentícios (Naves et al., 1995).

Distribuição

Espécie não endêmica da flora brasileira; ocorre nos estados do Pará, Amazonas, Acre, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná (Zappi, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por arbustos a árvores de até 8m de altura; coletada com flores em Setembro e Outubro, com frutos até Março (Zappi, 2007); a dispersão dos frutos ocorre por meio de dois tipos de agentes dispersores: a água e os animais (Crestana et al., 1992).

Ameaças

1.1 Agriculture
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativose a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças àbiodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode seralta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do soloé, em média, de 25ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondema áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de130ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens éprejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtivados ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmentelimpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogongayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B.decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa oucapim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000km2 - uma áreaequivalente ao estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças degado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies nãopalatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Vivemno entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, osquais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço,seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua áreaoriginal, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça deextinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismopredatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existepressão sobre seus habitats, seja, entre outros motivos, pela especulaçãoimobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em áreaagrícola (Simões; Lino, 2003).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Omodelo tradicional da ocupação da Amazônia tem levado a um aumentosignificativo do desmatamento na Amazônia legal, sendo este um fenômeno denatureza bastante complexa, que não pode ser atribuído a um único fator (Alencaret al., 2004). As questões mais urgentes em termos da conservação e uso dosrecursos naturais da Amazônia dizem respeito à perda em grande escala defunções críticas da Amazônia frente ao avanço do desmatamento ligado àspolíticas de desenvolvimento na região, tais como especulação de terra ao longodas estradas, crescimento das cidades, aumento dramático da pecuária bovina,exploração madeireira e agricultura familiar (mais recentemente a agriculturamecanizada), principalmente ligada ao cultivo da soja e algodão (Fearnside,2003, Alencar et al., 2004 e Laurance et al., 2004). Esse aumento dasatividades econômicas em larga escala sobre os recursos da Amazônia legalbrasileira tem aumentado drasticamente a taxa de desmatamento que, no períodode 2002 e 2003, foi de 23.750 km2, a segunda maior taxa já registrada nessaregião, superada somente pela marca histórica de 29.059 km2 desmatados em 1995(Inpe, 2004). A situação é tão crítica que, recentemente, o governo brasileirocriou um Grupo Interministerial a fim de combater o desmatamento e apontarsoluções de como minimizar seus efeitos na Amazônia legal (MMA, 2004) (Ferreiraet al., 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Caatinga é uma das maiores e mais distintas regiõesbrasileiras. Ela compreende uma áreaaproximada de 800.000 km², representando 70% da região nordeste e 11% doterritório nacional. Utilizandosomente as informações do IBGE (1993), estimou-se que a cobertura poratividades agrícolas na região é de 201.786 km². Esta área modificada seestende por praticamente toda a Caatinga. Adicionando a área de impacto dasestradas à área estimada pelo IBGE e considerando a largura do impacto deantropização causado pelas estradas de 1 a 10km, estima-se que as áreasalteradas da caatinga variam de 223.100km² (30,38%) a 379.565 km² (51,68%).Independente da estimativa adotada, uma importante parcela da área da Caatingafoi bastante modificada pelas atividades humanas. Algumas dessas áreas,previamente ocupadas pela agricultura, possuem grande risco de desertificação,exigindo ações urgentes de restauração da vegetação original (Castelleti etal., 2003).

1.1.4.3 Agro-industry
Detalhes Atualmentea base da economia da região do Pantanal é a criação extensiva de gado paracorte, uma vez que a agricultura é pouco recomendada, devido principalmente àsenchentes periódicas e aos solos pouco férteis. A atividade turística vem seexpandindo nos últimos anos, e mais recentemente, em alguns municípios da BAP,têm sido instalados alguns empreendimentos de mineração (IBGE, 1998). Em geral,a pecuária nessa região não apresenta tratos culturais específicos, ocasionandodegradação do solo, principalmente erosão e compactação, além de incêndios,queimadas e desmatamentos para estabelecimento de pastagens.Além disso, a fiscalização precária associada ao desconhecimento da legislaçãoe à falta de conscientização sobre a importância ambiental da região, permitemque atividades predatórias como a pesca e a caça clandestina sejam uma ameaça,exercendo grande pressão sobre a fauna, principalmente nos períodos reprodutivos. As atividades mineradoras, além de gerarem forte impactovisual, causam assoreamento e modificam a trajetória dos corpos dágua,contaminando as bacias com dejetos de diferentes origens e intensificandoprocessos erosivos, com conseqüente descaracterização da paisagem. Esse processo de colonizaçãoaliado à implantação de grandes projetos econômicos, como o gasoduto Brasil-Bolívia,vêm sistematicamente modificando a paisagem pantaneira. Aremoção da vegetação, principalmente nos planaltos onde se situam as nascentesdos rios que formam o Pantanal, tem acelerado a destruição dos habitats, sendoa principal causa do assoreamento dos rios na planície e da intensificação dasinundações (Harris et al., 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada Em Perigo (EN) pela Lista vermelha daflora do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995).

Usos

Referências

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro, Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- CASTELLETI, C.H.M.; SANTOS, A.M.M.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. DA.LEAL, I.R.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2003. 719-734 p.

- HARRIS, M.B.; ARCANGELO, C.; PINTO, E.C.T. ET AL. Estimativa de perda da área da Bacia do Alto Paraguai e Pantanal Brasileiro., Campo Grande, 2005.

- CRESTANA, C.S.M.; BATISTA, E.A.; MARIANO, G. Fenologia da frutificação de Genipa americana L. (Rubiaceae) em mata ciliar do Rio Moji Guaçu, SP. IPEF, n. 45, p. 31-34, 1992.

- NAVES, R.V.; NETO, J.X.A.; ROCHA, M.R. ET AL. Determinação de características físicas em frutos e teor de nutrientes, em folhas e no solo, de três espécies frutíferas de ocorrência natural nos Cerrados de Goiás., Anais das Escolas de Agronomia e Veterinária, Universidade Federal de Goiás, v.25, p.107-114, 1995.

- ZAPPI, D.; BARBOSA, M.R.V.; CALIÓ, M.F. ET AL. Rubiaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.449-461, 2009.

- ZAPPI, D. Genipa in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB087485>.

- FERREIRA, L. V.; VENTICINQUE, E.; ALMEIDA, S. O desmatamento na Amazônia e a importância das áreas protegidas. Estudos Avançados, v. 19, n. 53, p. 157-166, 2005.

- SIMÕES, L.L.; LINO, C.F. Sustentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac, 2003.

- ZAPPI, D. Genipa (Rubiaceae). In: MELHEM, T.S.; WANDERLEY, M.G.L.; MARTINS, S.E.; JUNG-MENDAÇOLLI, S.L.; SHEPHERD, G.J.; KIRIZAWA, M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP, p.344-345, 2007.

Como citar

CNCFlora. Genipa americana in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Genipa americana>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 07/03/2012 - 14:41:21